24 de janeiro de 2006

Meu verso é fogo, é brasa incandescente,
Vapor lascivo em cândido perfume,
Vazão da dor que o próprio artista sente.

Meu verso é topo, é da montanha o cume,
Desponta à vida em frases convertido,
Levando à prosa as dores do ciúme.

É anjo de minh’alma concebido,
Menino ingênuo em colo recostado,
Único filho em leito adormecido,

Segredo antigo às folhas revelado,
Meu verso é brilho, é pedra preciosa,
Rubi por mãos de artista lapidado.

É do jardim a flor mais melindrosa
Dos colibris o beijo mais fagueiro,
Beleza rara em pétala de rosa.

Meu verso é luz, amor mais verdadeiro,
Paixão contida em sangue derramado,
E fé deixada aos passos do romeiro.

Sombra de amor em lúcido passado,
Paixão presente em métrica perfeita,
Odor que exala um peito apaixonado.

Pequeno grão em tímida colheita,
Meu verso é puro e honra como um filho
O amor que sente à estrofe que lhe aceita.

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