28 de novembro de 2018



O WhatsApp se tornou uma espécie de TV, cuja programação é comandada por seus contatos. A pessoa elabora uma grade multimídia e diariamente envia para a tela do seu smartphone. Um vídeo supostamente engraçado, uma crítica ao PT, outra ao Bolsonaro, o assalto ocorrido no bairro, uma cena escatológica, uma bizarrice, um link duvidoso, e sexo, muito sexo. A variação é infinita, o nível de utilidade, quase sempre baixo. Diferentemente da TV tradicional, no WhatsApp a programação não tem horário fixo e divisão por temas. Você recebe um vídeo pornô, às 11h da manhã, e uma risada do Mootley, um minuto depois. Claro, de manhã a TV ZAP começa sua programação com o tradicional "bom dia!", que é repetido em coro naquele grupo de amigos da faculdade. À noite, alguns “diretores” encerram a programação, enquanto outros continuam madrugada afora, com fotos em festas, shows, e outras cenas testemunhadas ao vivo. No meio dessa miscelânea virtual, salvam-se as mensagens realmente úteis, de voz, ou de texto, que se tornaram o terror das empresas de telefonia. Aprecio novidades tecnológicas, especialmente ferramentas de comunicação, mas, confesso, não quero ser assinante da TV ZAP. Já saí de alguns grupos (não sem arranhões) e mantenho silenciados os poucos que ainda me têm como participante. Da lista de contatos, volta e meia, preciso pedir gentilmente que me tirem da “programação” diária, ou, pelo menos, que diminuam a carga. E só assim usufruo dessa ótima ferramenta, economizando tempo e dinheiro.

Carlos Eduardo Drummond

20 de novembro de 2018

Passei toda minha vida de estudante sem ouvir falar de MARIA FIRMINA DOS REIS. Esquecida pela história oficial, essa mulher extraordinária tornou-se a primeira romancista brasileira, ao publicar seu livro “Úrsula”, em 1859. Graças à FLUP (Feira Literária das Periferias) desse ano, ganhei de presente sua incrível história. Negra, nascida no Maranhão, escritora, professora, abolicionista. MARIA FIRMINA DOS REIS é uma heroína brasileira, contudo, o silêncio persistente em torno de seu nome quase fez com que eu não tivesse o privilégio de conhecer sua obra. Parafraseando o samba da Mangueira do próximo ano: “Brasil, meu nego, deixa eu te contar a História que a História não conta...” 
Fonte: https://www.brasildefato.com.br