15 de novembro de 2019


Acompanhei poucas novelas. Nada contra. Minha vida é que se tornou mais rica em atividades, ao mesmo tempo em que meus interesses se multiplicaram. Mas essa mudança não impediu que eu começasse a assistir à novela “Bom Sucesso”, exibida atualmente na TV Globo. O personagem Alberto (Antonio Fagundes) é dono de uma Editora e, como eu, apaixonado por livros. Ele passa boa parte das cenas lendo trechos de clássicos da literatura mundial para a personagem Paloma (Grazi Massafera). O protagonismo que a novela dá aos livros e à valorização do hábito da leitura, tão intensamente lembrados em cada cena, é digno de um reconhecimento público. De tão íntimo do personagem Alberto, passei a acompanhar o Podcast “Clube do Livro”, apresentado por Antonio Fagundes. Um bálsamo de cultura todas as quintas. Esses já seriam motivos de sobra para eu acompanhar a novela, mas há outros. A quantidade de coincidências (e afinidades) que me ligam à trama é tão surpreendente que chego a fantasiar que os autores já me conheciam rs. Vamos às principais: Eu nasci em Bonsucesso, bairro que dá nome ao folhetim, e que serve de cenário para a maioria das cenas. A personagem Paloma, moradora do bairro, é integrante de uma escola de samba fictícia. Os componentes nas cenas são meus amigos da Imperatriz Leopoldinense, escola de cuja ala de compositores faço parte. Nos primeiros capítulos, havia uma polêmica envolvendo a publicação de uma biografia. Eu escrevi uma biografia não autorizada. Na novela, a autora da biografia é Silvana Nolasco (Ingrid Guimarães). E o colega que escreveu o livro comigo se chama Marcio Nolasco. Parte da trama se passa na Editora de Alberto. Eu também sou editor, pois já editei livros por uma fundação pública federal. E por aí vai... livros, editoras, biografias, escolas de samba, Carnaval. Enfim, são muitos os pontos que unem a trama à minha história pessoal. A arte imita a vida... ou a vida imita a arte? Aos autores da novela, meu sincero agradecimento!