24 de janeiro de 2006

Beijei teus lábios, ontem, à noitinha,
E, qual não foi minha surpresa, quando,
Ao tempo em que estava te beijando,
Flagrei-me olhando fixo tua boquinha.

Estranha dúvida, essa coisa minha,
De estar assim, secretamente olhando,
Como um ladrão astuto, ali, roubando
Toda beleza que tua boca tinha.

Quero, agora, pagar por ter roubado
Essa beleza rara que eu persigo.
E assim, detido, depois de julgado,

Já não representando mais perigo,
Ler a sentença em que eu for condenado
Para sempre a morrer de amor contigo.

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