Rasguei uma página em minha vida,
Rasguei, com olhos molhados,
Cerrei-os a uma paixão desmedida,
De corpo e de alma lavados.
Dias a fio, vi-me padecendo,
Meu Deus teve compaixão,
Seu filho, pálido, estava gemendo,
De dor no seu coração.
Agora, meu amor! Tenho piedade,
Em ti, a chama não vejo,
Murchou em mim a flor da mocidade,
Não mais pedirei teu beijo.
A primavera minha adormeceu,
As pétalas despencaram,
O meu pesar o inverno conheceu,
E meus lábios ressecaram,
Oh! Deus meu! Não roguei que fosse assim,
Roguei antes o amor puro,
Despi minha face e a quis de jasmim,
Dormindo em meu quarto escuro.
As chagas profundas cicatrizaram,
Aterrei a cova rasa,
Onde os vermes a mim profetizaram:
“Quando o amor nos trai, arrasa.”
Vou-me embora pra bem longe, querida,
Até ver amareladas,
As páginas de sangue de uma vida,
Ao teu louvor dedicadas.
Deixei o acaso responder teus crimes,
Deixei o futuro incerto,
Votar à justiça, e do amor sublime,
Culpá-lo de meu deserto.
O adeus é tão doloroso, amor meu,
Remocei-me em ti uma vez,
Beijando tranqüilo, no seio teu,
A tua morena tez.
Tu para mim serás sempre a mais bela,
Só não verei mais tua alma,
Não palpitarei mais por ti, donzela,
Meu peito agora se acalma.
Embalado em ti perdi tanto tempo,
Sofri, cansei, e cansado,
No fervor da noite, ao meu passatempo,
Ouvia-te embriagado.
Um brinde à dor de nossa despedida,
Sim, aos vapores do vinho,
Quebrarei o cálice da bebida,
Num adeus ao teu carinho.
Entorpecido, dormirei sereno,
Embalado pela valsa
De um triste adeus, num murmurar pequeno,
Crê, minha dor não é falsa.
Adeus, amor, adeus! Carregarás
Na tua vaga lembrança,
O amor que te dei e então sentirás,
Qual o amor de uma criança.
Adeus, pois de teu amor me despeço...
Rasguei, com olhos molhados,
Cerrei-os a uma paixão desmedida,
De corpo e de alma lavados.
Dias a fio, vi-me padecendo,
Meu Deus teve compaixão,
Seu filho, pálido, estava gemendo,
De dor no seu coração.
Agora, meu amor! Tenho piedade,
Em ti, a chama não vejo,
Murchou em mim a flor da mocidade,
Não mais pedirei teu beijo.
A primavera minha adormeceu,
As pétalas despencaram,
O meu pesar o inverno conheceu,
E meus lábios ressecaram,
Oh! Deus meu! Não roguei que fosse assim,
Roguei antes o amor puro,
Despi minha face e a quis de jasmim,
Dormindo em meu quarto escuro.
As chagas profundas cicatrizaram,
Aterrei a cova rasa,
Onde os vermes a mim profetizaram:
“Quando o amor nos trai, arrasa.”
Vou-me embora pra bem longe, querida,
Até ver amareladas,
As páginas de sangue de uma vida,
Ao teu louvor dedicadas.
Deixei o acaso responder teus crimes,
Deixei o futuro incerto,
Votar à justiça, e do amor sublime,
Culpá-lo de meu deserto.
O adeus é tão doloroso, amor meu,
Remocei-me em ti uma vez,
Beijando tranqüilo, no seio teu,
A tua morena tez.
Tu para mim serás sempre a mais bela,
Só não verei mais tua alma,
Não palpitarei mais por ti, donzela,
Meu peito agora se acalma.
Embalado em ti perdi tanto tempo,
Sofri, cansei, e cansado,
No fervor da noite, ao meu passatempo,
Ouvia-te embriagado.
Um brinde à dor de nossa despedida,
Sim, aos vapores do vinho,
Quebrarei o cálice da bebida,
Num adeus ao teu carinho.
Entorpecido, dormirei sereno,
Embalado pela valsa
De um triste adeus, num murmurar pequeno,
Crê, minha dor não é falsa.
Adeus, amor, adeus! Carregarás
Na tua vaga lembrança,
O amor que te dei e então sentirás,
Qual o amor de uma criança.
Adeus, pois de teu amor me despeço...
4 comentários :
Embora a dor da despedida, guardar na lembrança o amor recebido e sentir-lo semelhante ao amor de uma criança. Profundo!Então seguir é o caminho e buscar a alegria como o ar que respiramos.
Embora a dor da despedida, guardar na lembrança o amor recebido e sentir-lo semelhante ao amor de uma criança. Profundo! Então seguir é o caminho e buscar a alegria como o ar que respiramos.
Obrigado pelo belo comentário.
Amar sozinho é muito doloroso. Amar por dois é deixar que o outro ocupe o espaço do seu amor próprio.
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