Na janela do quarto da menina
Não havia cortina.
A luz da Lua entrava sem bater,
E a menina brilhava de frio.
Na janela do quarto da menina
Não havia cortina...
O Sol chegava de mansinho,
Como quem carrega uma culpa qualquer.
Nem a Lua, nem o Sol,
Nem a brisa da madrugada...
Não havia quem soubesse
Cuidar daquela menina...
Entrei, um dia, no quarto da menina sem cortina.
Não vi a luz da Lua, não vi a luz do Sol,
Nem a brisa tocou minha pele.
Não havia cortina no quarto da menina.
Entrei ali sem bater, como fez a luz da Lua,
Até cheguei de mansinho, como fez a luz do Sol.
E a menina que andava triste naquela tarde vazia
Conhecia um visitante que da janela não vinha.
No dia seguinte, voltei...
Entrei sem bater novamente,
Entrei de mansinho outra vez...
Levei comigo o desejo de amar e uma cortina.
Não pedi nada em troca.
Meu desejo se calou,
Meu amor renasceu,
E a cortina cobriu, enfim, a janela do quarto da menina.
Carlos Eduardo Drummond
Não havia cortina.
A luz da Lua entrava sem bater,
E a menina brilhava de frio.
Na janela do quarto da menina
Não havia cortina...
O Sol chegava de mansinho,
Como quem carrega uma culpa qualquer.
Nem a Lua, nem o Sol,
Nem a brisa da madrugada...
Não havia quem soubesse
Cuidar daquela menina...
Entrei, um dia, no quarto da menina sem cortina.
Não vi a luz da Lua, não vi a luz do Sol,
Nem a brisa tocou minha pele.
Não havia cortina no quarto da menina.
Entrei ali sem bater, como fez a luz da Lua,
Até cheguei de mansinho, como fez a luz do Sol.
E a menina que andava triste naquela tarde vazia
Conhecia um visitante que da janela não vinha.
No dia seguinte, voltei...
Entrei sem bater novamente,
Entrei de mansinho outra vez...
Levei comigo o desejo de amar e uma cortina.
Não pedi nada em troca.
Meu desejo se calou,
Meu amor renasceu,
E a cortina cobriu, enfim, a janela do quarto da menina.
Carlos Eduardo Drummond
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